Diagnóstico da sifilis

Diagnóstico da sifilis

Mais do que apenas um resultado de exame, o diagnóstico preciso da sífilis exige uma combinação estratégica de testes sorológicos. Entre eles, estão os testes treponêmicos, que identificam anticorpos específicos contra a bactéria Treponema pallidum — a causadora da doença. De acordo com a Portaria nº 2.012, de 19 de outubro de 2016, do Ministério da Saúde, o diagnóstico deve ser confirmado por meio de testes treponêmicos e não treponêmicos aplicados de forma combinada, seguindo um fluxograma padronizado. Essa abordagem aumenta significativamente o valor preditivo positivo, garantindo maior segurança e eficácia no diagnóstico.

Segundo o Manual Técnico do Ministério da Saúde (2021), o Fluxograma 1 determina que, sempre que o teste não treponêmico for reagente, é obrigatória a realização de um teste treponêmico para confirmação (veja a Figura 1). Enquanto essa confirmação não é feita, o laudo não pode ser liberado. Essa exigência tem um motivo importante: o teste não treponêmico, o VDRL (Venereal Disease Research Laboratory), detecta anticorpos do tipo IgM e IgG anticardiolipina, que não são específicos para o Treponema pallidum. Ou seja, ele pode reagir a outras condições, o que aumenta o risco de resultados falso-positivos -daí a necessidade de um teste confirmatório específico.

Para pacientes que realizam acompanhamento de evolução clínica, é necessário que seja sinalizado em pedido que o exame é para controle de tratamento, evitando que o laudo seja bloqueado.

As definições do manual são claras ao exigirem um laudo com a seguinte nota:

“Após a determinação da titulação do teste não treponêmico, a amostra deverá ser submetida ao teste treponêmico. Quando a amostra apresentar resultado reagente também no teste treponêmico (segundo teste), o laudo deverá:

• Apresentar o resultado individual de cada teste realizado;

• Conter a conclusão da testagem como: “Amostra reagente para anticorpos não treponêmicos com titulação XX (inserir valor em títulos ou diluição) e reagente para anticorpos treponêmicos”;

• Incluir a orientação: “Importante associar o resultado da testagem a informações clínico-epidemiológicas para avaliar ocorrência da sífilis ativa ou cicatriz sorológica”;

• Incluir a seguinte ressalva: “Resultado obtido conforme estabelecido pela Portaria nº 2.012, de 19 de outubro de 2016”.”

Figura 1: Fluxograma Ministério da Saúde para diagnóstico da sífilis. Fonte: DCCI/SVS/MS.

Referência bibliográfica: Brasil. Ministério da Saúde. Manual técnico para o diagnóstico da sífilis, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis/publicacoes/manual-tecnico-para-o-diagnostico-da-sifilis.pdf/view