A confirmação ou exclusão da infecção por Clostridioides difficile ou Clostridium difficile pode auxiliar no controle de infecções e pode ser utilizada para documentar a colonização no momento da admissão do paciente. Os principais fatores de patogenicidade de C. difficile estão associados a produção da toxina A enterotoxina e da toxina B citotoxina, sendo importante ressaltar que há isolados que não produz a toxina A e podem causar infecções.
O Laboratório São Paulo realiza exames importantes para o diagnóstico da infecção com alta sensibilidade e especificidade. O diagnóstico da infecção por C. difficile seguindo as normas de referência internacionais é confirmado ou excluído em duas etapas por dois testes imunocromatográficos in vitro: o teste que utiliza o marcador GDH e o teste que avalia a presença das toxinas A e B.
A detecção do marcador GDH, a enzima Glutamato Desidrogenase, é uma triagem inicial uma vez que este antígeno está presente em todos os isolados de C. difficile e é estável em amostra de fezes. O kit utilizado para o teste imunocromatográfico que detecta o GDH é o C. diff strip/by Coris BioConcept. Este teste possui alta sensibilidade 98,2% e especificidade de 97,4%.
Após o teste de GDH é realizado o teste para as toxinas A e B, pois essas toxinas são responsáveis pelas manifestações clínicas e como mencionado são produzidas apenas pelos isolados toxigênicos. O resultado positivo de GDH sem o teste para as toxinas não define o diagnóstico, pois o paciente pode estar colonizado pelo C. difficile. O C. difficile pode fazer parte da microbiota de um restrito número de pessoas saudáveis e de pacientes hospitalizados.
A presença das toxinas A e B são detectadas pelo kit Clostridium difficile Toxina A/B Rapid Test da Biocon Diagnósticos. O teste possui sensibilidade 98,2% e especificidade de 98,6%. Se ambos os testes forem positivos o diagnóstico de C. difficile pode ser concluído de forma confiável. Já nos casos nos quais o teste para GDH é positivo, mas tem o teste negativo para as toxinas A e B e o paciente apresentar clínica compatível com infecção é recomendável realizar outros testes como a cultura toxigênica ou a PCR também denominada NAAT (testes de amplificação de ácido nucleico) na busca para confirmar o diagnóstico.
As toxinas A e B tem seus genes correspondentes (tcdA e tcdB) codificados pelo Locus Pathogenicity (PaLoc), uma sequência de DNA presente em isolados toxigênicos. No entanto, sabe-se que pode ocorrer a transferência horizontal de genes do PaLoc convertendo os isolados não toxigênicos em isolados toxigênicos produtores de toxinas.
As sociedades Americana e Europeia de Infectologia e de Gastroenterologia divergem quanto ao uso da PCR como ferramenta diagnóstica única. A sociedade Americana indica o uso da PCR no diagnóstico e a sociedade Europeia não indica, defendendo que a PCR pode ser positiva em pacientes colonizados. O NAAT (sigla do inglês para teste de amplificação de ácido nucleico) ou PCR não faz distinção entre infecção por C. difficile e colonização.
As sociedades Americana e Europeia de Infectologia e de Gastroenterologia divergem quanto ao uso da PCR como ferramenta diagnóstica única. A sociedade Americana indica o uso da PCR no diagnóstico e a sociedade Europeia não indica, defendendo que a PCR pode ser positiva em pacientes colonizados. O NAAT (sigla do inglês para teste de amplificação de ácido nucleico) ou PCR não faz distinção entre infecção por C. difficile e colonização.
Em geral as normas de referência recomendam a utilização de 2 passos. Primeiro passo, triagem, NAAT ou GDH seguindo de teste para detecção de toxinas A e B. Assim, os resultados de testes laboratoriais em combinação com os sinais clínicos e sintomas são sempre necessários para realizar uma conduta assertiva.
O Laboratório São Paulo está constantemente buscando novos testes para o diagnóstico da infecção por C. difficile atento as atualizações e as normas de referência apropriadas, assim como aos dados de sensibilidade e especificidade dos mesmos.